A palestra integra o programa Educar sem Discriminar, das secretarias de Educação e de Justiça e Direitos Humanos do Estado
A manhã desta quarta-feira foi de risos e aplausos no Instituto de Educação Olavo Bilac. A descontração e as brincadeiras deram o tom leve e divertido para um tema sério: o bullying. E o escritor Fabrício Carpinejar - também conhecido, na infância, como Panqueca, Morcego e Placenta - foi o escolhido para discutir o tema com os alunos das turmas de 3º ano do Ensino Médio, do curso normal e do politécnico das escolas Maria Rocha e Olavo Bilac.
Carpinejar, que durante sua infância e adolescência carregou também a alcunha de aspirador de pó, superou o medo e a vergonha dos apelidos ainda jovem e conta como conseguiu essa proeza no livro Filhote de Cruz-Credo: A Triste História Alegre de Meus Apelidos. Assim como fez na obra literária, ele relatou suas experiências aos alunos. A palestra integra o programa Educar sem Discriminar, das secretarias de Educação e de Justiça e Direitos Humanos do Estado. A principal lição que o autor deixa é de reagir sempre com bom humor e não se deixar abalar em casos de bullying.
- Vim mostrar que a linguagem, assim como a poesia e o humor, também podem desarmar o bullying. Temos que exibir e preservar as diferenças e mostrar que a gentileza nunca é em vão - explica o escritor.
Durante o encontro, Carpinejar contou que, no início, tinha vergonha e procurava fugir dos colegas. Ele lembra que fazia um caminho mais longo para a escola - uma estratégia para evitar encontrar outras crianças. Outro drama era a hora do recreio, quando o pequeno Carpinejar se isolava e preferia manter a distância dos colegas.
- Eu fazia o meu próprio bullying quando fugia do recreio ou escolhia o caminho mais longo. Eu tinha vergonha da minha própria família, porque eles poderiam perguntar os motivos pelos quais meus colegas me chamavam de Freddy Krueger, e eu teria que explicar. Até que eu vi que eu poderia responder o apelido. É preciso fugir do sofrimento. A pessoa que vai te ofender nunca espera receber uma resposta - recomendou o escritor aos alunos.
Bianca Cevero, 17 anos, aluna do 3º ano do Maria Rocha, conta que já era fã de Carpinejar e que aprovou as recomendações:
- Estou achando ótimo, dá para ter uma visão de como a gente pode lidar melhor com este assunto.
Thailine Becker, 17 anos, também aluna do Maria Rocha, lembra que o tema é sempre interessante, e a forma engraçada e os conselhos de Carpinejar, além da forma descontraída, deixaram os alunos mais atentos para a discussão.
- É um tipo de assunto que tem que debater, porque quem geralmente sofre bullying não relata os problemas. Assim, o pessoal se solta mais, na brincadeira - avaliou a estudante.
NÃO SOFRA
Confira as dicas de Fabrício Carpinejar para vítimas e para quem provoca bullying:
- A ofensa não é pessoal - Se tu tratares como pessoal, vai ferir teu orgulho e vai gerar ressentimento
- Todo mundo pode ser vítima de bullying - Tanto em casa, pelo excesso de amor, como na rua pelo excesso de ódio
- É importante brincar com o outro, desde que saiba brincar consigo - Eu só sou legítimo para criticar alguém se eu me critico antes
Fonte: DIÁRIO DE SANTA MARIA
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